Vestindo branco, com balões e cartazes pedindo paz e bradando gritos de justiça, cerca de 50 familiares, vizinhos e amigos lembraram, na tarde desta segunda-feira, a morte do jovem Evair Ribeiro Xavier, 19 anos. Uma caminhada saiu da creche Sinos de Belém e seguiu até a casa do jovem na Rua Secundária, onde ocorreu um culto. O ato marcou o sétimo dia do assassinato do rapaz.
Segundo a amiga e uma das organizadoras da manifestação, Ângela da Silva Machado, 24 anos, o objetivo foi pedir que a polícia aponte os autores do crime. Xavier foi baleado em frente à residência em que morava, no dia 23 de dezembro. Conforme a mãe da vítima, Leiva Ribeiro Xavier, 45, o jovem tinha acabado de chegar em casa do trabalho, havia trocado de roupa e ido para a frente da residência com cerca de seis amigos.
De acordo com o delegado Carlos Alberto Dias Gonçalves, que conduz o inquérito sobre o caso, já foram ouvidos os adolescentes que estavam com a vítima. Alguns deles indicaram alguns suspeitos que estão sendo investigados. Ainda segundo o delegado, o grupo de amigos estaria em frente à casa, pouca antes das 23h, quando duas pessoas em uma moto teria passado pela rua e um dos tripulantes _ o carona _ teria efetuado os disparos. Há informações de que haveria outra moto com mais duas pessoas que teriam envolvimento com a ação. Falta ouvir outras testemunhas.
_ Possivelmente, os tiros não fossem para a vítima, é o que chamamos de erro de pontaria _ disse Gonçalves.
As pessoas que participaram da manifestação reclamaram da violência no bairro, segundo eles, motivada pelo tráfico de drogas.
_ Cadê a segurança? Não podemos mais sentar em frente às nossas casas _ disse Ângela.
_ Hoje matam por matar e ninguém faz nada _ lamentou a mãe de Xavier, que carregava uma porta-retratos com a foto do filho.